CURRÍCULO DO EST. SÃO PAULO

CURRÍCULO

DO ESTADO DE SÃO PAULO
Currículo de Geografia 74
O ensino de Geografia: breve histórico 74
Fundamentos para o ensino de Geografia 75
Geografia para o Ensino Fundamental (Ciclo II) e o Ensino Médio 76
Sobre a organização dos conteúdos básicos 77
Sobre a metodologia de ensino-aprendizagem dos conteúdos básicos 79
Sobre os subsídios para implantação do currículo proposto 80
Sobre a organização das grades curriculares
(série/ano por bimestre): conteúdos associados a habilidades 81
Quadro de conteúdos e habilidades de Geografia 83
Currículo do Estado de São Paulo
25
Currículo do Estado de São Paulo ÁreaA drtee CHT
A expressão “Ciências Humanas e suas
Tecnologias” leva-nos a uma reflexão inicial sobre
sua inserção no campo dos conhecimentos
a ser oferecidos, atualmente, no conjunto da
educação básica.
Embora toda ciência seja indiscutivelmente
humana, por resultar da acumulação
cultural gerada por diferentes sociedades, em
diferentes tempos e espaços, o estudo das denominadas
“humanidades” remonta às artes
liberais antigas, notadamente ao estudo das
artes, línguas e literaturas clássicas. Na Idade
Média, a tradição cristã acentuou a distinção
entre a literatura sacra e a profana, evidenciando
o caráter laico das humanidades. Em seguida,
o Renascimento perpetuou essa condição,
enfatizando a necessidade de um arcabouço
de conhecimentos acerca dos estudos sobre
o humano e sua condição moral. Segundo
Chervel e Compère (1999), até o século XIX,
o estudo das Humanidades foi responsável
pela formação do cristão dos colégios jesuítas,
do cidadão das luzes e do republicano dos
liceus modernos.
Na primeira metade do século XX, as
Ciências
Humanas consolidaram-se como conhecimento
científico, a partir das contribuições
da fenomenologia, do estruturalismo e do
marxismo; porém, o ensino das Humanidades,
como corpo curricular tradicional e enciclopedista,
dirigido à formação das elites, somente
apresentou mudanças significativas nas três
últimas décadas do século passado, como resultado
das grandes transformações socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
Na atualidade, a área de Ciências Humanas
compreende conhecimentos produzidos
por vários campos de pesquisa – História,
Geografia, Filosofia, Sociologia e Psicologia,
além de outros, como Política, Antropologia
e Economia – que têm por objetivo o estudo
dos seres humanos em suas múltiplas relações,
fundamentado por meio da articulação
entre esses diversos saberes. Nesse sentido, a
produção científica, acelerada pela sociedade
tecnológica, tem colocado em debate uma
gama variada de novas questões de natureza
ética, cultural e política, que necessitam emergir
como objeto de análise das disciplinas que
compõem as Ciências Humanas. Portanto, o
caráter interdisciplinar desta área corrobora
a necessidade de se utilizar o seu acervo de
conhecimentos para auxiliar os jovens estudantes
a compreender as questões que os
afetam, bem como a tomar decisões neste
início de século. Dessa forma, ao integrar os
campos disciplinares, o conjunto dessas ciências
contribui para uma formação que permita
ao jovem estudante compreender as relações
entre sociedades diferentes, analisar os inúmeros
problemas da sociedade em que vive e
A concepção do ensino na área de Ciências
Humanas e suas Tecnologias
26
ÁreaA drtee CHT Currículo do Estado de São Paulo
as diversas formas de relação entre homem e
natureza, refletindo sobre as inúmeras ações
e contradições da sociedade em relação a si
própria e ao ambiente.
A convicção de que o ensino das Ciências
Humanas é indispensável para a boa formação
de nossos estudantes foi a principal inspiração
para a formatação dos currículos de História,
Geografia, Filosofia e Sociologia aqui apresentados.
No caso de História e Geografia, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino
Fundamental ofereceram referenciais importantes
às discussões que ancoraram a elaboração
deste documento.
Segundo os PCN, à História compete “favorecer
a formação do estudante como cidadão,
para que assuma formas de participação
social, política e atitudes críticas diante da realidade
atual, aprendendo a discernir os limites e
as possibilidades de sua atuação, na permanência
ou na transformação da realidade histórica
na qual se insere”.
Quanto à Geografia, o documento
aponta como objetivo “estudar as relações
entre o processo histórico na formação das
sociedades humanas e o funcionamento da
natureza, por meio da leitura do lugar, do
território, a partir de sua paisagem”. Nesse
sentido, é por intermédio dessas duas disciplinas
que o conjunto dos diversos saberes que
conformam as Ciências Humanas participa,
de maneira interdisciplinar, do processo de
formação do educando.
No Ensino Médio, à História e à Geografia
integram-se e articulam-se a Filosofia e a
Sociologia.
O retorno da Filosofia ao Ensino Médio
deve ser entendido como o reconhecimento
de sua importância para ampliar o significado
e os objetivos sociais e culturais da educação.
Segundo essa perspectiva, a Filosofia permite
orientar reflexões para que os alunos compreendam
melhor as relações histórico-sociais e, ao
mesmo tempo, possam se inserir no universo
subjetivo das representações simbólicas, contribuindo
também para elevar a educação a um
nível político-existencial que supere as meras
transmissão e aquisição de conteúdos, feitas de
modo mecânico e inconsciente.
Por sua vez, a Sociologia, para além de um
enriquecimento pedagógico, pode chegar à esfera
da intervenção, na medida em que contribui,
por exemplo, para politizar as relações escolares,
transformando a própria instituição em objeto de
estudo, o que inclui as relações sociais que a desenham
e a formatação dos currículos que a devem
animar. Isso não quer dizer que a formação
dos alunos deva visar à solução dos problemas da
escola – que, aliás, podem ser mais bem compreendidos
se esse conhecimento for dirigido para
fora dela, pois é da sociedade que a escola recebe
suas influências e características fundamentais.
Assim, a partir da escola, a disciplina pode
participar da educação da sociedade como um
todo, oferecendo informações para que os alunos
desenvolvam a capacidade de atuar consciente27
Currículo do Estado de São Paulo ÁreaA drtee CHT
mente na sociedade, o que pressupõe assumir
posições políticas definidas e consistentes, independentemente
das opções profissionais, geralmente
definidas ao término do Ensino Médio.
Para a consecução desses objetivos da
área de Ciências Humanas, vale considerar uma
limitação sempre apontada pelos professores: a
resistência à leitura. Ora, considerando que os
objetivos fundamentais dos atuais programas
curriculares consistem no desenvolvimento, pelos
estudantes, de competências e habilidades
de leitura, reflexão e escrita, contextualizadas
social e culturalmente no mundo do trabalho,
a problematização dos temas tratados em sala
deve ser amparada pela leitura de textos.
Entretanto, se os professores se acomodarem
ante a constatação de que “os alunos
não leem”, o problema não será tratado como
uma questão sociológica. Quais fatores de ordem
social e cultural estão na base do tradicional
jejum que os educandos praticam em
relação à leitura? A resposta a este problema
central pode começar a ser dada se os próprios
professores se perguntarem sobre seus hábitos
de leitura e quais procedimentos adotam
para incentivar os estudantes a ler. Por isso,
é preciso compartilhar com os alunos a experiência,
em termos de hábitos de leitura, que
tiveram e têm, pois só assim programas curriculares,
como este, poderão se transformar em
formas transformadoras de cultura
28
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
Currículo de Geografia
Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio
O ensino de Geografia: breve
histórico
Nos últimos vinte anos, o ensino de Geografia
sofreu transformações significativas.
Em parte, esse processo de renovação partiu
de críticas ao ensino tradicional, fundamentado
na memorização de fatos e conceitos e na
condução de um conhecimento enciclopedista,
meramente descritivo. No Brasil, essas críticas,
provenientes de segmentos da sociedade engajados
no processo de redemocratização do País,
fundamentaram-se na necessidade de se estabelecer
a dimensão de tempo na investigação
do espaço geográfico, de forma a desvendar as
origens e os processos de evolução dos diferentes
fenômenos geográficos.
Nesse período de intenso debate, a crítica
ao ensino de Geografia encontrou ressonância
nos órgãos técnico-pedagógicos de alguns Estados
brasileiros, como ocorreu, por exemplo,
na Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo, que, por meio de seus órgãos pedagógicos,
coordenou um processo de discussão e
reformulação curricular sinalizando novos rumos
para o ensino, com a Proposta Curricular
de 1996.
Rompeu-se, dessa forma, o padrão de
um saber supostamente neutro avançando-se
para uma visão da Geografia como ciência social
engajada e atuante num mundo cada vez
mais dominado pela globalização dos mercados,
pelas mudanças nas relações de trabalho e
pela urgência das questões ambientais e culturais.
Da mesma forma, essa nova proposta de
ensino procurou ir além da dicotomia sociedade–
natureza, responsável por perpetuar o espaço
como uma entidade cartesiana e absoluta, na
qual tudo acontece de forma linear ou casuística.
Além disso, relacionou os fenômenos sociais
com a natureza apropriada pelos seres humanos,
compreendendo as relações que se estabelecem
entre os eventos sociais, culturais, econômicos e
políticos, em suas diferentes escalas.
Na década de 1990, o Ministério da Educação
publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), reforçando a tendência da crítica
ao ensino conteudista, propondo, em seu lugar,
o ensino por competências. Entretanto, em
momento algum o currículo por competências
pode prescindir de conteúdos estruturadores.
As competências só podem ser desenvolvidas
se houver um ensino que privilegie a aprendizagem
de conteúdos mediados por contextos
significativos, ou por situações-problema, representadas
em diferentes escalas geográficas
e no cotidiano do aluno. Como salienta Maria
do Céu Roldão (2003, p. 20), é possível associar
o conceito de competência, definido por
75 
Currículo do Estado de São Paulo Geografia
Philippe Perrenoud como um saber em uso, ao
seu oposto, apresentado por Guy Le Boterf,
ou seja, um saber inerte. Muitas vezes os conhecimentos
adquiridos durante a vida escolar
transformam-se em saberes inertes, pois se não
forem utilizados culturalmente – como considerou
Lévi-Strauss, ao criar a expressão utensílios
do pensamento – não serão transformados
em competências.
Dentre as obras acadêmicas que se tornaram
referência nesse debate, destacam-se
as do professor Milton Santos, que reconduziram
os debates teóricos para terrenos mais férteis,
estabelecendo parâmetros seguros com
relação à definição de um corpo teórico-me-
todológico adequado aos novos tempos. Para
esse autor, a “revolução” provocada pelo
advento das tecnologias de comunicação e
informação transformou o espaço do ser humano
e, necessariamente, a nossa maneira de
pensar o mundo em que vivemos. Essa nova
dimensão de espaço influenciou os modos de
agir e pensar da humanidade como um todo.
Se, por um lado, provocou mudanças nas relações
pessoais, socioculturais e nas formas de
produzir e trabalhar, por outro, foi responsável
pela acentuação das desigualdades entre povos
e nações. Como afirmou Milton Santos,
o território pode ser visto como recurso ou
como abrigo. Portanto, cabe a cada um de
nós reconhecer e saber fazer reconhecer a
diferença entre um e outro. Nesse contexto,
compete ao professor de Geografia ensinar
os alunos a se posicionar de forma autônoma
frente a essas diferenças.
Fundamentos para o ensino de
Geografia
Essa nova concepção de Geografia deve,
com urgência, priorizar a discussão dos desafios
impostos pelas transformações do meio
técnico-científico-informacional – inserido em
sala de aula e fora dela –, em especial a partir
do advento da comunicação online, responsável
por influir e modificar o local, o regional e o
global simultaneamente.
O filósofo Edgar Morin (2001), em sua
obra Os sete saberes necessários à educação do
futuro, argumenta que o impacto da planetarização
faz com que cada parte do mundo influencie
o todo que o compõe, da mesma forma
como o todo está cada vez mais presente
em cada uma das partes. Na era planetária, tal
situação não se manifesta somente entre países
e nações, mas influencia de forma decisiva
cada indivíduo, que recebe e consome informações
e substâncias oriundas de todo o planeta,
sendo, portanto, influenciado por elas.
O encurtamento das distâncias, associado
à expansão das redes de comunicação e transporte,
tanto de mercadorias quanto de pessoas
e informações, assim como as alterações promovidas
no mundo do trabalho pelo advento cada
vez mais acelerado de novas tecnologias, permitem,
a todo momento, vislumbrar um leque
de interações capazes de romper com as barreiras
culturais, aproximando lugares e mundos
diferentes. Como afirma o sociólogo Anthony
Giddens (2000), “quando a imagem de Nelson
76
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
Mandela pode ser mais familiar para nós que o
rosto de nosso vizinho de porta, alguma coisa
mudou na natureza da experiência cotidiana”.
Enfim, esta nova dimensão de espaço
– o virtual –, que, de acordo com David Harvey
(1996, p. 219), imprime uma compressão
do tempo-espaço de forma tão radical, influenciando
inclusive a maneira como representamos
o mundo para nós mesmos, deve
ser prioridade para o ensino da Geografia do
século XXI.
Geografia para o Ensino Fundamental
(Ciclo II) e o Ensino Médio
A “revolução” provocada pelo advento
das tecnologias de comunicação e informação,
responsáveis pelo surgimento dessa nova concepção
de espaço, e que representa de forma
contundente uma das grandes revoluções do
nosso tempo, de forma contraditória, não atinge
a todos igualmente. Se, por um lado, provoca
mudanças nas relações pessoais, socioculturais
e nas formas de produzir e trabalhar, por
outro, tem sido responsável pela acentuação
das desigualdades entre povos e nações. Como
enfatizou Tabo M’Beki, ex-presidente da África
do Sul, ainda existem mais linhas telefônicas na
ilha de Manhattan do que em toda a África, ao
sul do Saara.
Nesse sentido, os anseios por uma sociedade
igualitária e justa, e principalmente aberta
a incorporar mudanças e respeitar diferenças,
torna-se mais distante. Portanto, é fundamental
incluir o debate desses temas em sala de
aula, de modo a contribuir para uma formação
crítica, ética, humanística e solidária dos jovens
cidadãos. Como afirma o escritor moçambicano
Mia Couto (2004), há alguns anos, a fronteira
entre os ditos civilizados e os denominados
“povos indígenas” era a sua integração à cultura
europeia, enquanto a nova fronteira que
se configura poderá ser entre “digitalizados”
e “indigitalizados”. Nesse contexto, uma nova
proposta de cidadania deve ser colocada em
curso, para que se promova a igualdade de direitos
e a justiça social.
Os PCN levaram em consideração essas
transformações, valorizando o modo como o
jovem estudante apreende o mundo em que
vive e introduzindo novos temas no currículo
da disciplina. O encurtamento das distâncias,
associado à expansão das redes de comunicação
e transporte, assim como as alterações
promovidas nas relações de trabalho, foram
transformados em conteúdos curriculares.
Essa alteração de enfoque implica
propostas educacionais que considerem a interação
entre os conteúdos específicos da Geografia
e os de outras ciências, possibilitando
ao estudante, por intermédio da mediação
realizada pelo professor, ampliar sua visão de
mundo, por meio de um conhecimento autônomo,
abrangente e responsável.
Torna-se fundamental desenvolver uma
atitude de respeito aos saberes que o estudante
traz à escola, adquiridos em seu meio cultural,
77
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
pois é certo que envolve uma variada gama de
discussões com temas da atualidade, como a urgência
ambiental, os diferentes níveis de bem-estar
das populações, as questões de saúde pública,
as políticas assistenciais, greves, desemprego,
relações internacionais, conflitos de diferentes
ordens e crises econômicas, entre outros.
Essas questões, presentes diariamente nas
inúmeras redes de comunicação, compõem o cenário
no qual os jovens vivem e atuam e devem
se transformar em contextos para a discussão e
a compreensão do universo que os cerca. São
essas as necessidades essenciais que mobilizam
formas de pensar e agir de um cidadão do século
XXI, que muitas vezes é ator principal de seu
tempo e, em outras, coadjuvante e observador
crítico das ocorrências do planeta.
Assim como os demais componentes
curriculares da educação básica, cabe ao ensino
                                                 de Geografia desenvolver linguagens e
princípios que permitam ao aluno ler e compreender
o espaço geográfico contemporâneo
como uma totalidade articulada, e não apenas
memorizar fatos e conceitos desarticulados.
Também deve priorizar a compreensão do espaço
geográfico como manifestação territorial
da atividade social, em todas as suas dimensões
e contradições, sejam elas econômicas,
políticas ou culturais.
Sobre a organização dos conteúdos básicos
O objeto central do ensino de Geografia
reside, portanto, no estudo do espaço geográfico,
abrangendo o conjunto de relações
que se estabelece entre os objetos naturais e
os construídos pela atividade humana, ou seja,
os artefatos sociais. Nesse sentido, enquanto o
“tempo da natureza” é regulado por processos
bioquímicos e físicos, responsáveis pela produção
e interação dos objetos naturais, o “tempo
histórico” responsabiliza-se por perpetuar
as marcas acumuladas pela atividade humana
como produtora de artefatos sociais.
O ensino de Geografia na educação básica
deve priorizar o estudo do território, da
paisagem e do lugar em suas diferentes escalas,
rompendo com uma visão estática, na qual
a natureza segue o seu curso imutável e irreal
enquanto a humanidade é vista como uma entidade
a ser estudada à parte, como se não interagisse
com o meio.
O conceito de escala geográfica expressa
as diferentes dimensões que podem ser escolhidas
para o estudo do espaço geográfico,
passível de ser abordado a partir de recortes
como o lugar, a região, o território nacional
ou o mundo. No entanto, as diferentes escalas
geográficas estão sempre inter-relacionadas: é
preciso, por exemplo, considerar o mundo, a
região e o território nacional na análise dos fenômenos
que ocorrem no lugar. Os conceitos
estruturadores devem considerar as seguintes
dimensões:
• Território: este termo originalmente foi
formulado pela Biologia no século XVIII,
compreendendo a área delimitada por uma
78
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
espécie, na qual são desempenhadas as suas
funções vitais. Incorporado posteriormente
pela Geografia, ganhou contornos geopolíticos
ao se configurar como o espaço físico
no qual o Estado se concretiza. Porém, ao
se compreender o Estado nacional como a
nação politicamente organizada, estruturada
sobre uma base física, não é possível se
considerar apenas sua função política, mas
também o espaço construído pela sociedade
e, portanto, a sua extensão apropriada e
usada. Ao se compreender o que é o território,
deve-se levar em conta toda a diversidade
e complexidade das relações sociais,
de convivências e diferenças culturais que se
estabelecem em um mesmo espaço. Dessa
forma, o conteúdo político do território
é expresso em diferentes escalas além do
Estado-nação, como no interior das cidades
onde territorialidades diferentes manifestam
distintas formas de poder.
• Paisagem: distinto do senso comum, este
conceito tem um caráter específico para a
Geografia. A paisagem geográfica é a unidade
visível do real e que incorpora todos
os fatores resultantes da construção natural
e social. A paisagem acumula tempos
e deve ser considerada como “tudo aquilo
que nós vemos, o que nossa visão alcança”
(Santos, 1996), ou seja, corresponde à
manifestação de uma realidade concreta,
tornando-se elemento primordial no reconhecimento
do espaço geográfico. Dessa
forma, uma paisagem nunca pode ser destruída,
pois está sempre se modificando.
As paisagens devem ser consideradas como
forma de um processo em contínua construção,
pois representam a aparência dos
elementos construídos socialmente e, assim,
representam a essência da própria
sociedade que as constrói.
• Lugar: o conceito de paisagem vincula-se
fortemente ao conceito de lugar, e este também
se distingue do senso comum. Para a
Geografia, o lugar traduz os espaços nos
quais as pessoas constroem os seus laços
afetivos e subjetivos, pois pertencer a um
território e fazer parte de sua paisagem significa
estabelecer laços de identidade com
cada um deles. É no lugar que cada pessoa
busca suas referências pessoais e constrói o
seu sistema de valores, e são esses valores
que fundamentam a vida em sociedade,
permitindo a cada indivíduo identificar-se
como pertencente a um lugar e, a cada lugar,
manifestar os elementos que lhe dão
uma identidade única.
• Educação cartográfica: a alfabetização
cartográfica deve ser entendida como um
dos instrumentos indispensáveis para a
formação da cidadania. Como afirma Yves
Lacoste (2009), “cartas, para quem não
aprendeu a lê-las e utilizá-las, sem dúvida,
não têm qualquer sentido, como não teria
uma página escrita para quem não aprendeu
a ler”. Portanto, uma educação que objetive
a formação do cidadão consciente e
autônomo deve incorporar no currículo os
fundamentos da alfabetização cartográfica.
79
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
Dessa forma, a aprendizagem da Geografia
na educação básica, entendida como um
processo de construção da espacialidade, deve
considerar os seguintes objetivos:
• Desenvolver o domínio da espacialidade e
do deslocar-se com autonomia.
• Reconhecer princípios e leis que regem os
tempos da natureza e o tempo social do espaço
geográfico.
• Diferenciar e estabelecer relações entre os
eventos geográficos em diferentes escalas.
• Elaborar, ler e interpretar mapas e cartas.
• Distinguir os diferentes aspectos que caracterizam
a paisagem.
• Estabelecer múltiplas interações entre os
conceitos de paisagem, lugar e território.
• Reconhecer-se, de forma crítica, como elemento
pertencente ao espaço geográfico e
capaz de transformá-lo.
• Utilizar os conhecimentos geográficos para
agir de forma ética e solidária, promovendo
a consciência ambiental e o respeito à igualdade
e à diversidade entre todos os povos,
todas as culturas e todos os indivíduos.
Sobre a metodologia de ensino-aprendizagem
dos conteúdos básicos
Esta proposta de ensino da Geografia
está comprometida, inicialmente, com a superação
da tradicional oposição entre sociedade e
natureza, responsável por considerar o espaço
geográfico uma espécie de cenário impermeável
às ações humanas. Ao contrário, é a partir
do reconhecimento de que o espaço geográfico
não é meramente um substrato sobre o qual as
dinâmicas sociais se desenrolam, mas a dimensão
viva dessas dinâmicas, que as ações de ensino-
aprendizagem podem ultrapassar a suposta
neutralidade do conhecimento geográfico.
Enfatiza-se, portanto, o papel fundamental do
professor como o mediador de um ensino-apren-
dizagem destinado a formar cidadãos capacitados
a decifrar a sociedade por meio de sua
dimensão espacial.
Essa concepção de ensino da Geografia
pressupõe que o professor trabalhe com
informações e dados variados, que permitam
ao aluno compreender o espaço geográfico
como resultado da trama entre objetos técnicos
e informacionais, fluxos de matéria e informação,
que se manifestam e atuam sobre
uma base física. Para tanto, no processo de
construção do conhecimento, é fundamental
adotar metodologias que usem – além
dos recursos didáticos tradicionais, como os
livros didáticos e paradidáticos – os diferentes
meios de comunicação e expressão, assim
como os recursos da informática e da internet,
instrumentos indispensáveis para a circulação
de informações e difusão da ciência e
da tecnologia no mundo contemporâneo.
Ao estudar a constituição das paisagens
e a relação entre o local e o global na pro80
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
dução do espaço, o professor deve considerar
o processo de distribuição e apropriação dos
recursos na Terra, o que ocorre a partir da mediação
das redes. Mais ainda, é importante desenvolver
nos alunos, por meio de exemplos,
a percepção de que recursos são todas as
possibilidades, materiais e imateriais, de ação
oferecida à sociedade e que correspondem
a coisas naturais ou artificiais, relações compulsórias
ou espontâneas, ideias, sentimentos,
valores, pois é a partir desse conjunto de
fatores que os seres humanos modificam a si
mesmos e o seu entorno.
Mais ainda, é importante lembrar que,
embora o espaço se articule em uma totalidade
global, o mundo se expressa desigualmente nos
territórios nacionais, nas regiões e nos lugares.
Por isso, a importância dos conceitos que formam
o saber geográfico depende de sua mobilização
no desvendamento da dimensão espacial
dos arranjos econômicos, das estratégias
políticas e das identidades culturais.
No que se refere às relações de trabalho,
por exemplo, compete ao professor de
Geografia enfatizar que delas depende a distribuição
das atividades que determinam a
própria utilização dos recursos e a consequente
apropriação da riqueza social, o que põe na
base dos problemas dessa nova Geografia 
divisão social do trabalho, pois é nela que se
concentram as forças de transformação ininterrupta
dos lugares em que os seres humanos
produzem suas formas de existência. Isso
diz respeito diretamente aos estudantes em
sua vivência cotidiana, já que, como afirma
Milton Santos (1996), é na escala do lugar
que os seres humanos, individual e coletivamente,
experimentam, na condição de atores
e testemunhas, o desenrolar simultâneo de
várias divisões do trabalho, transformadas a
cada momento, no tempo e no espaço. Assim,
em cada lugar, em cada subespaço, novas divisões
do trabalho chegam e se implantam,
sem que ocorra a exclusão absoluta das características
das divisões de trabalho anteriores,
o que também dá a cada lugar a sua singularidade
e faz com que cada forma de divisão
do trabalho crie um tempo próprio, diferente
do tempo anterior.
Sobre os subsídios para implantação do
currículo proposto
A Geografia, como ciência da sociedade
e da natureza, deve também priorizar o estudo
dos processos naturais e suas interações com a
evolução da vida e com a produção do espaço
geográfico. O estudo das relações espaço-temporais
pretéritas e atuais do planeta deve levar
o aluno a identificar, reconhecer, caracterizar,
interpretar e fazer prognósticos sobre fatos e
eventos relativos ao sistema terrestre e suas
interações com as sociedades na produção do
espaço geográfico em diferentes escalas. Desse
modo, superando o senso comum, é possível
interpretar – à luz do conhecimento geográfico
– a crise ambiental, inclusive estabelecendo
relações de causa e efeito da intervenção humana
nos ciclos da natureza, fluxos de energia
e no manejo de recursos naturais.
81
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
Para isso, é necessário adotar algumas estratégias
que comecem pela adequação dos recursos
psicopedagógicos às diferentes etapas do
processo de ensino-aprendizagem da Geografia,
desenvolvendo nas séries/anos iniciais, principalmente,
o letramento geográfico para, nas finais,
aprofundar a interpretação e a análise crítica da
realidade. Isso também depende da ampliação
dos recursos oferecidos pelos livros didáticos e
paradidáticos, aplicando os instrumentos conceituais
geográficos na interpretação de textos
jornalísticos, documentos de natureza variada,
obras literárias e outras manifestações artístico-
culturais, como pinturas, esculturas, músicas,
danças e projetos arquitetônicos. Quanto à sempre
lembrada importância dos diferentes meios
de comunicação e expressão, com destaque para
a internet – indispensável para a circulação de informações
no mundo contemporâneo – é importante
orientar os alunos para a necessidade de
que seus conteúdos sejam submetidos à crítica
constante e não sejam aceitos como versão única
e verdadeira dos fenômenos apresentados.
Para que esses compromissos ultrapassem
a dimensão dos discursos de intenção,
é imprescindível que o professor esteja comprometido
com o aprimoramento constante
de sua formação, sempre amparada pelo arcabouço
conceitual da Geografia, inclusive
para preservar e consolidar a necessária autonomia
docente.
Mais ainda, é preciso assentar as ações
de ensino-aprendizagem em procedimentos de
leitura, análise e interpretação de textos e imagens,
condição básica para que o aluno possa
desenvolver uma reflexão organizada sobre a
dimensão espacial da sociedade e posicionar-se
frente aos conflitos que acompanham a definição
das políticas públicas territoriais, dos movimentos
sociais, da localização espacial das
empresas, do agronegócio e do ambientalismo,
além de outras tantas que integram o universo
temático da disciplina.
Finalmente, vale chamar a atenção para
a importância de aproveitar as Situações de
Aprendizagem disponíveis nos Cadernos do
Professor e do Aluno, considerando as realidades
locais e ampliando-as para novos contextos,
de modo a desenvolver o repertório
de leitura de mundo dos alunos. Essas ações
podem constituir, igualmente, o espaço privilegiado
de valorização das diferenças socioculturais,
a fim de enfatizar a importância da
defesa e do respeito aos direitos humanos e à
diversidade étnica e cultural que fundamentam
a vida social.
Sobre a organização das grades
curriculares (série/ano por bimestre):
conteúdos associados a habilidades
A organização das grades curriculares
apresenta os conteúdos disciplinares e os objetivos
formativos, também detalhados em
termos de habilidades a ser desenvolvidas em
associação com cada tema, por série/ano e bimestre
letivo, ou seja, em termos do que se espera
que os estudantes sejam capazes de fazer
após cada um desses períodos.
82
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
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primeiro lugar para fazer a guerra. 15. ed.
Campinas: Papirus, 2009.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia:
pequena história crítica. 19. ed. São Paulo:
Annablume, 2003.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à
educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.
PEREIRA, Diamantino. Paisagens, lugares e espaços:
a geografia no ensino básico. Boletim
Paulista de Geografia, n. 79, São Paulo, 2003.
ROLDÃO, Maria do Céu. Gestão do currículo e avaliação
de competências. Lisboa: Presença, 2003.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São
Paulo: Hucitec, 1996.
_________. Por uma outra globalização. Rio de
Janeiro: Record, 2000.
SÃO PAULO. Proposta Curricular para o ensino
de Geografia. Ensino fundamental. São Paulo:
Secretaria da Educação. Coordenadoria de
Estudos e Normas Pedagógicas, 1996.
SODRÉ, Nelson W. Introdução à geografia. Rio
de Janeiro: Vozes, 1985.
83
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
Quadro de conteúdos e habilidades de
Geografia
5a- série/6o- ano do Ensino Fundamental
1º- bimestre
Conteúdos
Paisagem
O tempo da natureza
• Os objetos naturais
O tempo histórico
• Os objetos sociais
A leitura de paisagens
Escalas da Geografia
As paisagens captadas pelos satélites
• Extensão e desigualdades
Memória e paisagens
As paisagens da Terra
Habilidades
• Construir e aplicar o conceito de paisagem
• Descrever elementos constitutivos de uma paisagem
• Relacionar informações que permitam identificar os diferentes elementos constitutivos da
paisagem
• Elaborar hipóteses para explicar as mudanças ocorridas na paisagem com base na
observação de imagens
• Descrever elementos constitutivos de mudanças e permanências em uma dada paisagem
• Identificar e descrever, nas paisagens, os elementos mais duráveis e os mais suscetíveis a
mudanças na temporalidade humana
• Interpretar e produzir textos simples acerca das transformações observáveis no tempo e
no espaço
• Identificar, a partir de iconografias, diferentes formas de desigualdade social impressas na
paisagem
84
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
5a- série/6o- ano do Ensino Fundamental
2º- bimestre
Conteúdos
O mundo e suas representações
Exemplos de representações
• Arte e fotografia
Introdução à história da cartografia
A linguagem dos mapas
Orientação relativa
• A rosa dos ventos
Coordenadas geográficas
Os atributos dos mapas
Mapas de base e mapas temáticos
Representação cartográfica
• Qualitativa e quantitativa
Habilidades
• Comparar e diferenciar mapas e imagens de satélites
• Descrever os movimentos do planeta Terra e identificar as consequências dos movimentos
• Reconhecer o significado da seletividade na representação cartográfica e a distinção entre
mapas e imagens de satélites
• Identificar os pontos cardeais e colaterais e aplicar técnicas de orientação relativa
• Aplicar o sistema de coordenadas geográficas para determinar a posição absoluta dos
lugares
• Reconhecer a diferença entre a escala gráfica e a escala numérica
• Inferir título mais adequado para uma representação cartográfica
• Reconhecer o significado da legenda para a representação dos fenômenos geográficos
• Reconhecer a diferença entre mapas de base e mapas temáticos
• Reconhecer técnicas de representação utilizadas na cartografia temática
85
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
5a- série/6o- ano do Ensino Fundamental
3º- bimestre
Conteúdos
Os ciclos da natureza e a sociedade
A história da Terra e os recursos minerais
A água e os assentamentos humanos
Natureza e sociedade na modelagem do relevo
O clima, o tempo e a vida humana
Habilidades
• Identificar e descrever os diferentes usos dos recursos naturais realizados pela sociedade
• Identificar e caracterizar diferentes formas de relevo terrestre
• Conceituar rocha e relacionar os tipos de rochas à presença de minérios na face da Terra
• Identificar e caracterizar as distintas esferas da Terra (litosfera, atmosfera, hidrosfera,
biosfera) 
• Descrever a importância da força dos ventos na transformação do relevo na escala do
lugar
• Descrever a ação da água no modelado do relevo terrestre
• Analisar os impactos produzidos pela ação humana no modelado do relevo
• Descrever o movimento de rotação da Terra e identificar sua consequência na sucessão
de dias e noites
• Descrever o movimento de translação da Terra e identificar seus efeitos na sucessão das
estações do ano
• Identificar nas diversas manifestações das estações do ano suas consequências no clima
que se manifesta na escala do lugar
• Descrever as consequências das estações do ano no conjunto das atividades humanas
que se desenvolvem na escala do lugar
• Identificar os elementos formadores do clima e os fatores que nele interferem
• Identificar e descrever a dinâmica climática e seus ritmos, segundo os tempos da natureza
e a temporalidade social
86
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
5a- série/6o- ano do Ensino Fundamental
4º- bimestre
Conteúdos
As atividades econômicas e o espaço geográfico
Os setores da economia e as cadeias produtivas
A agropecuária e os circuitos do agronegócio
A sociedade de consumo
Habilidades
• Reconhecer e aplicar o conceito de cadeia produtiva
• Analisar as etapas constituintes de diferentes cadeias produtivas
• Caracterizar formas espaciais criadas pelas sociedades, no processo de formação e
organização do espaço geográfico, que contemplem a dinâmica entre a cidade e o
campo
• Identificar, por meio de textos ou imagens, elementos constituintes e representativos da
paisagem rural e urbana
• Identificar alterações provocadas no mundo do trabalho, a partir do advento de novas
tecnologias
• Identificar características e dinâmicas dos fluxos de produção industrial e agropecuária,
relacionando-os com a constituição do espaço geográfico contemporâneo
• Descrever e identificar características específicas do setor de serviços e sua influência no
mundo contemporâneo
• Avaliar, por meio de diferentes imagens ou textos jornalísticos, formas de propagação de
hábitos de consumo que induzam a sistemas produtivos predatórios
87
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
6a- série/7o- ano do Ensino Fundamental
1º- bimestre
Conteúdos
O território brasileiro
A formação territorial do Brasil
Limites e fronteiras
A federação brasileira
• Organização política e administrativa
Habilidades
• Identificar, em mapas de divisão política, as principais demarcações do território brasileiro
em relação à América do Sul
• Identificar, em mapas de divisão política, as demarcações dos Estados brasileiros
• Interpretar mapas históricos para entender a dinâmica da formação do território e do
estabelecimento de fronteiras
• Diferenciar e aplicar os conceitos de limite e fronteira, posicionando-se diante de
situações reais
• Identificar, a partir da leitura de textos e mapas, o processo de formação territorial e o
estabelecimento das fronteiras nacionais
• Ler e interpretar cartas medievais e portulanas
• Identificar, a partir de textos e de representações cartográficas, o processo de formação
do território brasileiro e os deslocamentos e as modificações de fronteiras
• Identificar, em registros histórico-geográficos, as diferentes formas de organização
político-administrativa do Brasil
88
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
6a- série/7o- ano do Ensino Fundamental
2º- bimestre
Conteúdos
A regionalização do território brasileiro
Critérios de divisão regional
As regiões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os complexos regionais
e a região concentrada
Habilidades
• Identificar, em mapas de divisão regional, as demarcações das grandes regiões brasileiras
• Elaborar e interpretar mapas temáticos de indicadores sociais das unidades federadas
• Ler, extrair e organizar tabelas com indicadores socioeconômicos dos Estados brasileiros
• Identificar, em registros histórico-geográficos, representações cartográficas, textos e
documentos, as diferentes formas de regionalização do Brasil
• Reconhecer atividades econômicas na organização e na regionalização do espaço geográfico
• Identificar as características e dinâmicas geográficas dos fluxos de produção industrial em
associação com a organização e a regionalização do espaço brasileiro
• Identificar características e dinâmicas geográficas da produção agropecuária na
organização e regionalização do espaço brasileiro
• Agrupar os Estados brasileiros a partir da comparação de seus indicadores
socioeconômicos
• Confeccionar, em uma base cartográfica, mapas temáticos e elaborar propostas de
divisão regional, levando em consideração dados e informações disponíveis
• Classificar os Estados brasileiros segundo as condições apresentadas em indicadores
socioeconômicos
• Reconhecer, em representações cartográficas e em gráficos, as diferenças e desigualdades
dos Estados brasileiros segundo indicadores socioeconômicos
89
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
6a- série/7o- ano do Ensino Fundamental
3º- bimestre
Conteúdos
Domínios naturais do Brasil
Biomas e domínios morfoclimáticos do Brasil
O patrimônio ambiental e a sua conservação
Políticas ambientais no Brasil
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Habilidades
• Reconhecer e aplicar os conceitos de bioma, domínio morfoclimático, ecossistema e
recursos naturais
• Reconhecer as generalidades e singularidades que caracterizam os biomas brasileiros,
considerando os impactos oriundos das diferentes formas de intervenção humana e
levando em consideração o diacronismo dos eventos
• Identificar e descrever os diferentes usos dos recursos naturais realizados pela sociedade
• Analisar as relações entre sociedade e natureza na produção do espaço geográfico
• Identificar os processos de formação das instituições sociais e políticas que regulamentam
o patrimônio ambiental brasileiro
• Identificar e caracterizar a diversidade morfoclimática do território brasileiro,
compreendendo sua importância na distribuição dos recursos naturais
90
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
6a- série/7o- ano do Ensino Fundamental
4º- bimestre
Conteúdos
Brasil: população e economia
A população e os fluxos migratórios
A revolução da informação e a rede de cidades
O espaço industrial
• Concentração e descentralização
O espaço agrário e a questão da terra
Habilidades
• Identificar geograficamente características e dinâmicas dos fluxos populacionais,
relacionando-os com a constituição do espaço
• Interpretar, por meio de diferentes linguagens, o processo de ocupação territorial e a
formação da sociedade brasileira
• Descrever e aplicar o conceito de densidade demográfica
• Descrever e aplicar o conceito de fluxos populacionais (processos migratórios) em
associação com a produção do espaço contemporâneo e do Brasil
• Identificar, por meio de mapa, a distribuição da população brasileira segundo as
diferentes regiões
• Associar o processo de concentração demográfica ao processo de urbanização
• Identificar e discutir as transformações que ocorreram nas formas de uso e apropriação
do espaço agrário e industrial ao longo da história brasileira
91
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
7a- série/8o- ano do Ensino Fundamental
1º- bimestre
Conteúdos
Representação cartográfica
Visão de mundo e suas tecnologias
Globalização em três tempos
O meio técnico e o encurtamento das distâncias
O meio técnico-científico-informacional e a globalização
O processo de globalização e as desigualdades internacionais
Habilidades
• Ler e interpretar representações cartográficas históricas do mundo conhecido
• Visualizar, por meio de mapas, fenômenos geográficos resultantes da ação humana nas
diversas escalas
• Visualizar, interpretar e comparar formas de representação cartográfica de fenômenos
quantitativos e ordenados na escala global
• Identificar situações representativas do processo de globalização
• Interpretar situações acerca das manifestações sociais da globalização a partir de textos,
gráficos ou mapas
• Comparar dados sobre produção, circulação e consumo relativos a diferentes lugares
• Identificar no espaço geográfico a trama dos objetos que propiciam a circulação de fluxos
econômicos e de informações
• Aplicar conhecimentos geográficos para identificar fenômenos socioespaciais
representativos dos espaços globalizados
• Confrontar argumentos e ideias de diferentes autores em textos que discutem as
diferentes manifestações da globalização
• Selecionar e ordenar argumentos embasados em fundamentações geográficas
representativas da relação espaço-tempo
• Identificar e descrever elementos (econômicos e culturais) do processo de globalização
como um fenômeno de ampliação da escala geográfica das relações humanas
• Identificar as novas condições geográficas vinculadas ao desenvolvimento da tecnologia
de transportes e comunicação, essenciais no processo de globalização
92
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
7a- série/8o- ano do Ensino Fundamental
2º- bimestre
Conteúdos
Produção e consumo de energia
As fontes e as formas de energia
Matrizes energéticas
• Da lenha ao átomo
Perspectivas energéticas
A matriz energética mundial
A matriz energética brasileira
Habilidades
• Construir e aplicar conceitos de fontes de energia e de matriz energética
• Comparar dados para a produção de informações geográficas relevantes acerca das
diferentes fontes de energia
• Identificar e analisar informações textuais e visuais relativas à produção mundial de
energia e à sua distribuição geográfica
• Identificar e analisar dados em tabelas, gráficos e mapas relativos ao uso das fontes de
energia
• Identificar e descrever, por meio de mapas, desequilíbrios na produção e no uso das
diversas formas de energia no mundo
• Analisar relações conflituosas no mundo em razão de interesses contraditórios entre
produtores e usuários das formas de energia e recursos naturais em geral
• Analisar dados em diversas fontes que digam respeito às consequências ambientais da
atividade energética global e no Brasil
• Identificar e analisar dados em tabelas, gráficos e mapas relativos ao uso, forma e
consequência ambiental da atividade energética global
• Comparar dados para a produção de informações geográficas relevantes acerca das
diferentes fontes de energia
• Extrair informações de diferentes fontes para exemplificar e explicar formas de utilização
e consequências do uso indiscriminado das distintas fontes de energia
• Selecionar e ordenar argumentos embasados em fundamentações geográficas com vistas
a identificar áreas do planeta suscetíveis a danos ambientais decorrentes da extração e do
uso de fontes energéticas
• Elaborar e interpretar mapas temáticos e gráficos relativos às questões energéticas
93
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
7a- série/8o- ano do Ensino Fundamental
3º- bimestre
Conteúdos
A crise ambiental
A apropriação desigual dos recursos naturais
Poluição ambiental e efeito estufa
Do Clube de Roma ao desenvolvimento sustentável
Alterações climáticas e desenvolvimento
Consumo sustentável
Habilidades
• Identificar a presença de recursos naturais na organização do espaço geográfico
relacionada a transformações naturais e à intervenção humana
• Aplicar conceitos de recursos naturais segundo as diversas esferas da natureza (litosfera,
hidrosfera, atmosfera, biosfera)
• Identificar, por meio de gráficos ou mapas, a distribuição e a apropriação desigual dos
recursos naturais
• Identificar e analisar criticamente as implicações socioambientais resultantes das formas
predatórias de utilização dos recursos naturais
• Identificar áreas do planeta suscetíveis a danos ambientais decorrentes da ação antrópica
• Compreender o significado e a importância da água e de seu ciclo para a sociedade, em
sua relação com condições socioambientais, sabendo qualificar diferentes formas de uso
resultantes da intervenção humana
• Comparar documentos e ações propostas por diferentes instituições sociais e políticas
para o enfrentamento de problemas de caráter ambiental
• Analisar, de forma qualitativa ou quantitativa, situações-problema referentes à poluição
atmosférica, identificando fonte, transporte e destino dos poluentes e reconhecendo suas
transformações e efeitos ambientais, notadamente aqueles responsáveis pelo aumento
do efeito estufa
• Identificar, com critérios geográficos, áreas do planeta suscetíveis aos danos ambientais
decorrentes da extração e do uso de fontes energéticas
94
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
7a- série/8o- ano do Ensino Fundamental
4º- bimestre
Conteúdos
Geografia comparada da América
Peru e México
• A herança pré-colombiana
Brasil e Argentina
• As correntes de povoamento
Colômbia e Venezuela
• Entre os Andes e o Caribe
Haiti e Cuba
• As revoluções
Habilidades
• Identificar elementos histórico-geográficos representativos da herança pré-colombiana
• Comparar a formação territorial de países latino-americanos levando em consideração a
influência pré-colombiana e colonial
• Comparar a formação territorial e social do Peru e do México levando em consideração a
influência cultural pré-colombiana e colonial
• Estabelecer semelhanças e diferenças socioculturais entre as correntes de povoamento
sul-americanas
• Diferenciar as correntes de povoamento que caracterizam a formação territorial da
Argentina e do Brasil
• Analisar histórica e geograficamente os processos de formação política e econômica de
Cuba e do Haiti estabelecendo relações destes com a situação atual dos dois países
95
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
8a- série/9o- ano do Ensino Fundamental
1º- bimestre
Conteúdos
A produção do espaço geográfico global
Globalização e regionalização
As doutrinas do poderio dos Estados Unidos da América
Os blocos econômicos supranacionais
Habilidades
• Aplicar conceitos de espaço geográfico, lugar, região, fazendo uso da linguagem
científica de forma adequada ao nível de estudo
• Identificar e caracterizar fatos, situações, fenômenos e lugares representativos do
processo de globalização, nas dimensões econômica, cultural e espacial
• Identificar, no funcionamento da sociedade capitalista, elementos que estimulam e
aceleram o processo de globalização
• Apresentar possíveis soluções para situações-problema representativas de conflito
resultante da ação de forças hegemônicas globais
• Confrontar argumentos e ideias de diversos autores em textos que discutem as diferentes
manifestações da globalização
• Reconhecer, localizar, descrever e comparar fatos, problemas, fenômenos, situações,
lugares que expressem as diversidades e desigualdades regionais na escala global, como
meio para compreender as disparidades que as envolvem
• Explicar e compreender causas e efeitos que permitam reconhecer a globalização como
produto do funcionamento do regime capitalista, assim como analisar as condições para
sua reprodução
• Interpretar fatos, dados, situações, problemas ou fenômenos apresentados em forma
de textos, gráficos ou mapas, para compreender as diferentes formas de expressão e
manifestação social na escala global
96
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
8a- série/9o- ano do Ensino Fundamental
2º- bimestre
Conteúdos
A nova “desordem” mundial
A Organização das Nações Unidas (ONU)
A Organização Mundial do Comércio (OMC)
O Fórum Social Mundial
• Um outro mundo é possível?
Habilidades
• Identificar, em textos e situações-problema, os fundamentos da cidadania e da democracia
• Identificar situações nas quais os direitos básicos dos cidadãos não são usufruídos por
todos os segmentos da sociedade
• Relacionar os fundamentos da cidadania e da democracia, do presente e do passado, aos
valores éticos e morais na vida cotidiana
• Reconhecer o significado histórico e geográfico da ONU
• Analisar propostas apresentadas pela ONU com vistas à melhoria da qualidade de vida da
população mundial
• Identificar os elementos essenciais da organização econômica das sociedades
contemporâneas
• Identificar e descrever a base espacial de redes geográficas que constroem o espaço
econômico mundial
• Identificar os fundamentos políticos e técnicos de organizações econômicas multilaterais
nas sociedades contemporâneas
• Descrever e compreender o papel da OMC como reguladora das relações comerciais na
escala mundial
• Analisar criticamente as regras que regulam os fluxos internacionais de mercadorias
• Analisar as formas de organização política e econômica das sociedades contemporâneas,
para elaborar propostas de intervenção solidária na realidade
• Aplicar e reconhecer, em textos, os fundamentos defendidos na Declaração Universal dos
Direitos Humanos
97
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
8a- série/9o- ano do Ensino Fundamental
3º- bimestre
Conteúdos
Geografia das populações
Demografia e fragmentação
Estrutura e padrões populacionais
As migrações internacionais
Populações e cultura
• Mundo árabe e mundo islâmico
Habilidades
• Reconhecer e aplicar conceitos demográficos para análise dos processos populacionais
• Agrupar diferentes realidades em classes com critérios comuns, como meio de organizar
informações e buscar coerência em relação a dados demográficos
• Distinguir demografia de geografia das populações
• Reconhecer a geografia das populações como uma discussão da espacialidade básica, na
superfície terrestre, das populações humanas do planeta
• Interpretar e elaborar representações cartográficas relativas à geografia das populações
• Relacionar processos econômicos considerados essenciais na dinâmica populacional
• Analisar o malthusianismo tendo como referência dados do crescimento populacional e
da produção de alimentos
• Identificar elementos culturais como fatores relevantes na dinâmica demográfica
• Relacionar o desenvolvimento social com a forma de organização demográfica das populações
• Comparar realidades nacionais diversas que se expressam na escala mundial, com o
intuito de identificar e comparar o perfil populacional de cada região
• Associar padrões populacionais distintos (estrutura etária, em especial) com as condições
de desenvolvimento econômico e social dos países
• Comparar países de perfil populacional distinto, identificar padrões e analisar a transição
demográfica de um padrão para o outro
• Definir e interpretar os processos migratórios internacionais
• Relacionar dimensões sociais resultantes da distribuição populacional no espaço geográfico
• Identificar características histórico-geográficas que diferenciem o mundo árabe do mundo
islâmico
• Relacionar situações da vida cotidiana a preconceitos étnicos, culturais, religiosos e de
qualquer outra natureza
98
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
8a- série/9o- ano do Ensino Fundamental
4º- bimestre
Conteúdos
Redes urbanas e sociais
Cidades
• Espaços relacionais e espaços de conexão
As cidades e a irradiação do consumo
Turismo e consumo do lugar
As redes da ilegalidade
Habilidades
• Reconhecer e aplicar o conceito de cidade e urbanização
• Identificar as características das redes urbanas
• Identificar as características dos processos responsáveis pela hierarquia urbana
• Identificar e distinguir configurações espaciais representativas das redes geográficas e das
cidades globais
• Analisar as implicações sociais decorrentes das atividades turísticas com relação à
participação econômica e preservação ambiental em diferentes partes do mundo
• Analisar criticamente implicações sociais e econômicas resultantes da ampliação das redes
de narcotráfico no mundo
• Estabelecer relações entre as diferentes redes de atividades ilegais com estruturas
econômicas e de poder
99
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
1a- série do Ensino Médio
1º- bimestre
Conteúdos
Cartografia e poder
Os elementos dos mapas
As projeções cartográficas
As técnicas de sensoriamento remoto
Geopolítica do mundo contemporâneo
O papel dos Estados Unidos da América e a nova “desordem” mundial
Conflitos regionais e os deserdados da nova ordem mundial
Habilidades
• Reconhecer, na linguagem cartográfica e nos produtos do sensoriamento remoto, formas
indispensáveis para visualizar fenômenos naturais e humanos segundo localizações
geográficas
• Interpretar o mapa segundo os elementos que o compõem, considerando projeção,
escala, métricas e linguagem
• Aplicar recursos cartográficos na leitura e na confecção de mapas, como meio de
visualização sintética da relação entre realidades geográficas distintas
• Analisar códigos e símbolos da linguagem cartográfica, utilizando recursos gráficos de
qualificação, de quantificação e de ordenação, de modo a evitar falsas imagens e erros
cartográficos
• Analisar a cartografia e as imagens do sensoriamento remoto como representações que
dão acesso a interpretações da realidade, mas que não são cópias da realidade
• Relacionar a construção de mapas às suas intencionalidades e discutir a influência da
cartografia como instrumento de poder
• Utilizar variáveis visuais de qualificação, quantificação, ordenação e movimento, de modo
a evitar erros cartográficos
• Identificar as funções dos produtos do sensoriamento remoto como meios para a
realização do geoprocessamento e da produção cartográfica
• Aplicar o conceito de ordem mundial considerando as diferentes formas de poder
entre as nações
100
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
1º- bimestre
• Identificar, definir e classificar as diferentes potências e superpotências e seu papel na
ordem mundial
• Identificar as possibilidades de tratamento cartográfico de fatos, situações, fenômenos e
lugares representativos do mundo globalizado
• Analisar as raízes histórico-geográficas do conceito de geopolítica
• Analisar situações representativas da ordem mundial contemporânea e do papel exercido
pelas potências hegemônicas na manutenção do sistema mundial vigente
101
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
1a- série do Ensino Médio
2º- bimestre
Conteúdos
Os sentidos da globalização
As mudanças das distâncias geográficas e os processos migratórios
A globalização e as redes geográficas
A economia global
Organismos econômicos internacionais
As corporações transnacionais
Os fluxos do comércio mundial
Fluxos econômicos na escala mundial
Habilidades
• Aplicar os conceitos de fluxos e redes geográficas
• Analisar a influência da globalização na acentuação dos fluxos migratórios globais
• Analisar as desigualdades relativas ao conhecimento técnico e tecnológico produzido
pelas diversas sociedades em diferentes circunstâncias espaço-temporais
• Definir e descrever os órgãos multilaterais e seu papel na ordenação das relações
conflituosas, como o comércio
• Descrever a organização econômica contemporânea como um fenômeno de escala
mundial, responsável por reduzir a escala local a uma mera variável do sistema
• Reconhecer a liderança de regiões do planeta (EUA, Europa e Extremo Oriente) nos fluxos
econômicos globais
• Reconhecer e descrever a importância do papel das corporações transnacionais na ordem
econômica mundial contemporânea e sua estruturação em redes geográficas
• Analisar a globalização e os processos de interdependência e de concentração econômica
vinculados ao domínio de novas tecnologias
• Analisar o papel dos organismos multilaterais na regulamentação dos fluxos de comércio
mundial
102
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
1a- série do Ensino Médio
3º- bimestre
Conteúdos
Natureza e riscos ambientais
Estruturas e formas do planeta Terra
O relevo terrestre
• Agentes internos: os movimentos da crosta
• Agentes externos: clima e intemperismo
Riscos de catástrofes em um mundo desigual
• A prevenção de riscos
Habilidades
• Identificar, em textos ou iconografias, a relatividade dos conhecimentos científicos,
sua evolução linear e as rupturas revolucionárias, que alteraram o curso das ciências,
notadamente na Geologia e na Geofísica
• Reconhecer os domínios naturais como a reunião das esferas inorgânicas (litosfera,
hidrosfera, atmosfera) da superfície terrestre
• Reconhecer o meio ambiente como a soma da vida nos domínios naturais
• Explicar processos geológicos e geofísicos constituintes da crosta terrestre responsáveis
por sua dinâmica interna, nas escalas pertinentes
• Identificar hipóteses e evidências que expliquem a configuração do relevo terrestre por
meio de marcas e constatações geológicas decorrentes de teorias científicas
• Interpretar mapas representativos das principais áreas de risco de eventos sísmicos e
vulcânicos no mundo
• Associar padrões de desenvolvimento econômico e social às maneiras de realizar o
controle preventivo de situações de risco naturais
• Classificar as diferentes manifestações do modelado do relevo terrestre considerando as
forças endógenas e exógenas que atuam no planeta
• Identificar as formas de manifestação de fenômenos naturais na superfície terrestre
segundo diversas escalas geográficas
• Selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações, representados de
diferentes formas, para tomar decisões com vistas à prevenção de situações de risco naturais
103
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
1a- série do Ensino Médio
4º- bimestre
Conteúdos
Globalização e urgência ambiental
Os biomas terrestres
• Clima e cobertura vegetal
A nova escala dos impactos ambientais
Os tratados internacionais sobre meio ambiente
Habilidades
• Identificar os domínios naturais associando-os aos principais biomas e às questões
relativas à biodiversidade
• Comparar características geográficas dos diferentes domínios naturais estabelecendo
relações entre os biomas
• Associar situações climáticas do presente e do passado às condições atuais dos
domínios naturais e do meio ambiente na escala mundial, como elemento que influi na
biodiversidade do tempo presente
• Compreender o caráter sistêmico do planeta e reconhecer a importância da
biodiversidade para a preservação da vida, relacionando condições do meio e intervenção
humana
• Utilizar e interpretar diferentes escalas de tempo para situar e descrever transformações
antrópicas responsáveis pelas alterações climáticas globais
• Identificar os pontos principais relacionados à crise ambiental, considerando mudanças
climáticas, contaminação das águas, desmatamento e perda da biodiversidade
• Interpretar mapas de impactos ambientais em diferentes escalas geográficas
• Analisar criticamente situações-problema representativas da aceleração do processo de
humanização do meio natural, resultantes da relação contemporânea das sociedades
com a natureza
• Reconhecer a importância de organizações e movimentos sociais na defesa de legislações
e ações de proteção ao ambiente
• Relacionar sociedade e natureza, reconhecendo suas interações na organização do
espaço, em diferentes contextos histórico-geográficos
104
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
4º- bimestre
• Relacionar as implicações socioambientais do uso das tecnologias em diferentes contextos
histórico-geográficos
• Discutir ações representativas das relações entre sociedade e ambiente
• Propor formas de atuação para conservação do ambiente e desenvolvimento sustentável
• Analisar situações-problema relativas a perturbações ambientais, em diferentes biomas,
identificando ações e interesses e reconhecendo suas transformações
• Prever efeitos nos ecossistemas resultantes de ações predatórias, identificando interesses e
propondo formas de intervenção para reduzir e controlar a extinção de diferentes espécies
• Localizar agentes e ações responsáveis pela crise ambiental e identificar os principais
pontos de acordos e tratados internacionais, que procuram reverter o atual estágio da
crise ambiental
105
Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
2a- série do Ensino Médio
1º- bimestre
Conteúdos
Território brasileiro
A gênese geoeconômica do território brasileiro
As fronteiras brasileiras
Do “arquipélago” ao “continente”
O Brasil no sistema internacional
Mercados internacionais e agenda externa brasileira
Habilidades
• Ler e interpretar mapas e gráficos para extrair informações que permitam identificar
singularidades e distinções das diversas etapas da formação territorial do Brasil
• Identificar dados, representações e informações encontradas em cartas e mapas para
comparar as diferentes etapas do processo de formação territorial do Brasil
• Comparar as diferentes formas de regionalização do Brasil
• Extrair informações implícitas e/ou explícitas em mapas e gráficos acerca da situação
socioeconômica brasileira
• Estabelecer a diferenciação entre os objetivos e as funções dos diferentes organismos
econômicos internacionais
• Ler e interpretar mapas e gráficos para extrair informações que permitam identificar
singularidades e distinções acerca da participação do Brasil e de outros países no
comércio internacional
• Identificar dados, representações e informações encontradas em cartas e mapas para
identificar e comparar o papel de cada país no processo de integração econômica da
América Latina, notadamente no Cone Sul
106
GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
2a- série do Ensino Médio
2º- bimestre
Conteúdos
Os circuitos da produção
O espaço industrial brasileiro
O espaço agropecuário brasileiro
Redes e hierarquias urbanas
A formação e a evolução da rede urbana brasileira
A revolução da informação e as cidades
Habilidades
• Identificar elementos representativos das diferentes fases da industrialização brasileira
• Reconhecer fatos e/ou situações representativas das etapas do modelo industrial brasileiro
• Analisar fatores histórico-geográficos responsáveis pela concentração da atividade 
industrial no Sudeste brasileiro 
• Ler e interpretar mapas da distribuição da atividade industrial no Brasil
 • Comparar dados e informações, expressos em diferentes linguagens, acerca do atual
 estágio da industrialização brasileira
 • Interpretar fatores que permitam explicar o impacto das novas tecnologias no processo
 de desterritorialização da produção industrial e agrícola
 • Identificar a distribuição da atividade agropecuária brasileira pelo território
 • Reconhecer as diferenças e as transformações que determinaram as várias formas de uso
 e apropriação dos espaços agrário e urbano
 • Analisar o papel do meio técnico-científico-informacional nas mudanças dos processos de
 hierarquização urbana no Brasil
 • Analisar a composição da rede urbana brasileira
 • Analisar o papel de São Paulo como grande metrópole nacional e como cidade global
 • Relacionar a dinâmica dos fluxos populacionais à organização do espaço geográfico
 urbano no Brasil
 • Diferenciar os conceitos de rede urbana e de regiões metropolitanas
 • Identificar problemas socioespaciais e ambientais urbanos, caracterizando-os e propondo
 ações para a melhoria das condições de vida nas cidades brasileiras
 107
 Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
 2a- série do Ensino Médio

3º- bimestre
 Conteúdos

Dinâmicas demográficas
 Matrizes culturais do Brasil
 A transição demográfica
Dinâmicas sociais
 O trabalho e o mercado de trabalho
 A segregação socioespacial e a exclusão social

Habilidades
 • Associar as manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos que compõem a matriz
 brasileira do presente aos processos históricos de sua formação cultural
 • Identificar elementos culturais representativos das diferentes matrizes étnicas brasileiras
 • Diferenciar os conceitos de etnia e raça
 • Analisar criticamente dados e informações disponibilizados pelo IBGE acerca da
 composição étnica brasileira
 • Analisar os diferentes períodos de crescimento da população brasileira relacionando-os
 com os processos históricos correspondentes
 • Reconhecer e aplicar os conceitos de crescimento vegetativo, taxa de mortalidade, taxa
 de natalidade, taxa de mortalidade infantil e taxa de fecundidade
 • Analisar a estrutura etária brasileira identificando em diferentes pirâmides etárias os
 períodos de crescimento populacional, assim como os de estabilidade demográfica
 • Reconhecer e aplicar o conceito de População Economicamente Ativa (PEA)
 • Identificar os diferentes setores da economia
 • Relacionar a dinâmica dos fluxos populacionais à organização do espaço geográfico brasileiro
 • Identificar referenciais que possibilitem constatar diferentes formas de exclusão
 socioespacial no Brasil
 • Analisar a pirâmide etária brasileira comparando-a com a de outros países
 • Analisar as formas de circulação da informação, da riqueza e dos produtos em diferentes 
momentos da história brasileira
 • Analisar a situação das famílias brasileiras com relação à distribuição de renda e inserção
 no mercado de trabalho formal
 • Analisar a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro
 • Analisar dados representativos da participação das mulheres na estrutura demográfica brasileira
 • Ler, interpretar e comparar mapas relativos aos índices de pobreza e exclusão no Brasil
108
 GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
 2a- série do Ensino Médio
 4º- bimestre
 Conteúdos
 Recursos naturais e gestão do território
 A placa tectônica sul-americana e o modelado do relevo brasileiro
 Os domínios morfoclimáticos e as bacias hidrográficas
 Gestão pública dos recursos naturais

Habilidades
 • Compreender e interpretar, em textos ou iconografias, formas de atuação geológica da
 placa sul-americana, identificando suas consequências, notadamente as que justificam a
 configuração do modelado do relevo brasileiro
 • Identificar hipóteses e evidências que expliquem a configuração do relevo brasileiro por meio
 de marcas e constatações geológicas decorrentes de distintas eras geológicas
 • Ler, interpretar e comparar mapas dos diferentes domínios morfoclimáticos e das bacias
 hidrográficas do Brasil
 • Reconhecer, identificar e caracterizar os distintos biomas brasileiros, considerando
 diferentes escalas geográficas
 • Reconhecer a importância de organizações e movimentos sociais na defesa de legislações
 e ações de proteção ao ambiente nacional
 • Relacionar sociedade e natureza, reconhecendo suas interações na organização do
 espaço brasileiro, em diferentes contextos histórico-geográficos
 • Propor formas de atuação para conservação dos diferentes domínios florestados e 
defender políticas que considerem formas de desenvolvimento sustentável
 • Analisar situações-problema relativas a perturbações ambientais nos diferentes biomas
 brasileiros, identificando ações e interesses e reconhecendo suas transformações
 • Prever efeitos nos ecossistemas resultantes de ações predatórias, identificando interesses
 e propondo formas de intervenção para reduzir e controlar a extinção de espécies
 ameaçadas
 • Compreender o caráter sistêmico do planeta e reconhecer a importância da
 biodiversidade para preservação da vida, relacionando condições do meio e intervenção
 humana
 • Utilizar e interpretar diferentes escalas de tempo para situar e descrever transformações
 antrópicas responsáveis pelas alterações climáticas globais
 109
 Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia 
3a- série do Ensino Médio
 1º- bimestre
 Conteúdos
 Regionalização do espaço mundial
 As regiões da Organização das Nações Unidas (ONU)
 O conflito Norte e Sul
 Globalização e regionalização econômica
 Habilidades
 • Comparar e diferenciar os critérios de regionalização mundial, considerando as
 intencionalidades sociais, políticas e econômicas que as envolvem
 • Aplicar e diferenciar os conceitos de ordem mundial, bipolaridade e multipolaridade
 • Identificar e descrever os principais elementos que configuram o conceito de ordem
 mundial, considerando questões geopolíticas, econômicas e culturais
 • Associar e interpretar mapas sobre a distribuição da riqueza mundial e o número de
 pessoas refugiadas para identificar as distintas assimetrias e integrações na ordem

mundial
 • Analisar situações representativas da ordem mundial contemporânea e do papel exercido
 pelas potências hegemônicas na manutenção do sistema mundial vigente
 • Identificar os processos de integração regional na ordem mundial contemporânea,
 apontando o papel dos órgãos multilaterais na integração latino-americana

110
 GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo
 3a- série do Ensino Médio
 2º- bimestre
 Conteúdos
 Choque de civilizações?
 Geografia das religiões
 A questão étnico-cultural
 América Latina?
 Habilidades
 • Analisar o contexto de surgimento e o significado da expressão “choque de civilizações”
 no mundo contemporâneo
 • Analisar os principais elementos de identificação e distinção entre as religiões mundiais
 • Identificar os principais fundamentos histórico-geográficos e a distribuição das principais
 religiões monoteístas e politeístas em escala mundial
 • Identificar elementos histórico-geográficos que expliquem o desencadeamento de
 inúmeros conflitos étnico-culturais no mundo contemporâneo
 • Ler e interpretar mapas e gráficos relativos à distribuição e à manifestação das principais
 áreas de conflitos étnico-religiosos no mundo
 • Analisar elementos histórico-geográficos que permitam diagnosticar diferentes
 argumentações socioculturais para explicar o conceito de América Latina
 • Identificar as principais áreas de tensão da América Latina na atualidade e estabelecer a
 relação entre essas áreas e as consequências do processo de colonização na região
 • Identificar e analisar o papel dos principais atores sociais envolvidos em conflitos recentes
 na América Latina
 111
 Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia
 3a- série do Ensino Médio
 3º- bimestre
 Conteúdos
 A África no mundo global
 O continente africano
 África: sociedade em transformação
 África e Europa
 África e América
 Habilidades
 • Extrair informações de textos e imagens sobre a distribuição espacial dos países africanos
 • Ler, interpretar e relacionar evidências espaciais em mapas temáticos sobre clima,
 precipitação e vegetação do continente africano, de modo a compreender as
 características dos biomas, identificando as relações de causa e efeito entre os aspectos
 físicos citados
 • Extrair informações relevantes de mapas temáticos para identificar a subdivisão da África
 em dois grandes conjuntos de países: parcialmente industrializados e de economia
 tradicional
 • Descrever a expansão do islamismo na África, de modo a identificar a diferenciação
 espacial de aspectos culturais e religiosos fundamentais para o entendimento do
 agrupamento regional de países do continente
 • Ler e interpretar mapas temáticos sobre o número de adultos e crianças vivendo com HIV,
 estimativas de novos casos de contágio por HIV e de mortos por Aids
 • Elaborar textos descritivos a partir da leitura e interpretação de mapas temáticos e
 gráficos, em particular sobre a variação e os impactos ocasionados pela epidemia de Aids
 nos índices de esperança de vida ao nascer dos países africanos
 • Ler e interpretar gráfico sobre a esperança de vida ao nascer da África Subsaariana e em
 outras regiões do mundo
 • Distinguir, por meio de mapas, a espacialidade das rotas transatlânticas do tráfico
 negreiro entre os séculos XVI e XIX, como também as dimensões e destinos, de modo a
 identificar sua influência na evolução demográfica da África no mesmo período

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 GeoAgrtreafia Currículo do Estado de São Paulo

3º- bimestre
 • Ler e interpretar, de maneira associada, mapas temáticos sobre a distribuição da riqueza
 mundial e o número de pessoas refugiadas para identificar as assimetrias entre a África
 e a Europa e formular hipóteses sobre as razões que levam governos e autoridades dos
 países do Norte a evitarem o uso da expressão “refugiados econômicos”
 • Identificar, por meio da caracterização gráfica e cartográfica dos fluxos comerciais e
 econômicos entre a África e outras regiões mundiais, a posição proeminente da Europa,
 da Ásia e da América do Norte nas exportações e nas importações do continente africano

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Currículo do Estado de São Paulo GeoAgrtreafia

3a- série do Ensino Médio

4º- bimestre
 Conteúdos
 Geografia das redes mundiais
 Os fluxos materiais
 Os fluxos de ideias e informação
 As cidades globais
 Uma geografia do crime
 O terror e a guerra global
 A globalização do crime

Habilidades
 • Reconhecer e aplicar os conceitos de recursos e fluxos materiais e imateriais
 • Reconhecer e aplicar o conceito de redes geográficas
 • Extrair informações sobre a distribuição das principais redes de fluxos materiais, indicando
 suas áreas de concentração e de distribuição
 • Extrair informações sobre a distribuição das principais redes de fluxos de ideias e
 informações, analisando as condições histórico-geográficas para a sua reprodução
 • Extrair informações relevantes de mapas temáticos e anamorfoses para identificar e
 localizar as denominadas cidades globais e suas áreas de influência
 • Ler e interpretar textos que distingam o conceito de terrorismo e identifiquem as suas
 principais formas e áreas de atuação
 • Ler e interpretar mapa sobre a atuação de redes terroristas, identificando áreas de
 atuação e interesses que as envolvem
 • Ponderar razões histórico-geográficas e socioeconômicas que justifiquem e expliquem a
 ampliação da atuação das redes criminosas em escala global
 • Destacar fatores responsáveis pela ampliação das redes criminosas globais e suas
 diferentes formas de atuação a partir dos usos das tecnologias da informação

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